cansaço informacional

O Cansaço da Era Informacional: Um Mundo Exausto em Alta Velocidade 

A exaustão é uma das características da sociedade conectada. São muitas as expectativas que cada pessoa cobra de si mesmo. O que temos que aprender com isso?

Vivemos conectados, produtivos, responsivos — e exaustos. No mundo moldado pela informação, a fadiga não é apenas física. Ela é emocional, cognitiva e existencial. Byung-Chul Han descreve essa condição muito bem. A sociedade do cansaço é uma época em que o excesso de estímulos, opções e expectativas transforma o ser humano em um “projeto de si mesmo”, sempre em atualização permanente. 

Mas o que esse cansaço realmente significa? 

Não é mais o esgotamento clássico das fábricas, e sim a exaustão silenciosa do desempenho
É a sensação de estar sempre “on”, sempre “devendo algo”, sempre conectado à avalanche de notificações e demandas invisíveis. Com isso, o sujeito da era informacional não é explorado por um outro — é explorado por si mesmo. Ele se cobra, se acelera e se vigia, como se carregar o mundo nas costas fosse parte da rotina. 

O paradoxo é que nunca tivemos tanto acesso ao conhecimento. Também, nunca nos sentimos tão dispersos. 
O problema não é a informação, e sim, a falta de pausa. A ausência de lacunas, de espaços vazios, de tédio fértil. Han lembra que pensar exige tempo morto, reflexão lenta, silêncio interno. Tudo aquilo que a hiperconexão sabota com eficiência. 

O caminho não é escapar da tecnologia, mas reaprender a respirar dentro dela
Colocar limites, acolher o vazio, desacelerar por escolha consciente. 
A lucidez não nasce do excesso; nasce do intervalo. 

Este é o desafio: recuperar o humano em meio à hiperatenção. 
O descanso, hoje, é um ato de coragem. 

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